quarta-feira, 23 de janeiro de 2008

minha história

Sempre tive medo de escrever histórias. Quem sabe o que acontece com as personagens depois que as criamos? E se uma delas reivindicasse "vida própria", livre arbítrio?
Criar uma personagem seria liberar parte de minha consciência e dar vida a ela... Isso pode ser perigoso? Sempre imaginei que não saberia bem como lidar com os defeitos da personagem e livra-la dos problemas sem fazer com que a história se tornasse um clichê. Será que eu teria coragem de, um dia, assassinar minha criação?

Será que eu teria coragem de coloca-la a prova, abrir seu coração impiedosamente e demonstrar o que, na verdade, EU sinto?

Por Ursinho de Pelúcia

terça-feira, 8 de janeiro de 2008

O que você espera de janeiro?

( Carlos Drummond de Andrade )
O ano passado

"O ano passado não passou,
continua incessantemente.
Em vão marco novos encontros.
Todos são encontros passados.

As ruas, sempre do ano passado,
e as pessoas, também as mesmas,
com iguais gestos e falas.
O céu tem exatamente
sabidos tons de amanhecer,
de sol pleno, de descambar
como no repetidíssimo ano passado.

Embora sepultos, os mortos do ano passado
sepultam-se todos os dias.
Escuto os medos, conto as libélulas,
mastigo o pão do ano passado.

E será sempre assim daqui por diante.
Não consigo evacuar
o ano passado."


Postado por: bolacha de maisena

quarta-feira, 2 de janeiro de 2008

Novo Ano Velho

Ano após ano, nos perguntamos o que queremos para o ano novo. Depois de escolher, para o Natal, uma única coisa entre as milhares de opções de objetos de consumo indispensáveis – o celular (com câmera fotográfica, mp3 e guia de abrigos anti-bomba embutidos), uma estranha máquina de “emagrecimento automático”, uma roupa que brilha, flerta e vai à festa sozinha - , resolvemos como nós seremos no ano que está por vir. É claro que a decisão já não tem nada com aquele seu antigo “eu”, um porco capitalista que só sabe consumir. Agora que você já tem todos os aparatos necessários à sua sobrevivência, basta começar a vida de verdade. Você não reclamará, estará sempre de bom humor, será gentil com todos ao seu redor, vai à igreja, vai ajudar instituições de apoio a crianças ou idosos abandonados... Certo?
Errado. O ano novo já não é mais fruto de nossa imaginação. Ele está aí. E, sabe, fica até chato continuar esse texto. Nós já sabemos que você não fará nada do planejado e talvez até piore. Então, vamos, sem torturas, à conclusão:
De nada adianta ter um ano novo que de novo não tem nada. Mas também não se acaba com milhares de vícios da noite para o dia, é necessário melhorar sempre e aos poucos. E isso não é lição de moral. Chamemos de troca de experiências.

O Feudo te deseja um Feliz Dia Novo todos os dias de 2008.

Disponha-se a aprender a mudar! Isso faz bem =D
Seja sempre melhor que antes.

Boa sorte

“A Exceção e a Regra
(Bertold Brecht)
Estranhem o que não for estranho.
Tomem por inexplicável o habitual.
Sintam-se perplexos ante o cotidiano.
Tratem de achar um remédio para o abuso
Mas não se esqueçam de que o abuso é sempre a regra.”
Por Rena Regurgitante